Os ácidos graxos poliinsaturados ômega-3 (O3FA) são nutrientes compostos por ácido eicosapentaenoico (EPA) e ácido docosahexaenóico (DHA), que não podem ser produzidos de forma eficiente pelo corpo humano. Por isso, a ingestão alimentar é a principal fonte destes ácidos graxos, presentes em alimentos como óleo de peixe, frutos do mar, óleo de linhaça e óleo de perila (Zhang et al., 2019).
Os ácidos graxos ômega 3 desempenham um papel fundamental na saúde cerebral, ajudando na formação e manutenção das membranas celulares dos neurônios, o que facilita a comunicação entre as células nervosas. O ácido eicosapentaenoico (EPA) contribui para a redução de inflamações que podem afetar o cérebro e outros órgãos, enquanto o ácido docosahexaenoico (DHA) é essencial para o desenvolvimento e funcionamento adequado do sistema nervoso central (Andrade et al., 2018).
Há um aumento de evidências indicando que os ácidos graxos poliinsaturados ômega 3 estão tendo resultados positivos na melhora dos sintomas depressivos. No entanto, a proporção e dosagem de EPA e DHA influenciam nos resultados. Meta-análises anteriores propuseram PUFAs que são principalmente de EPA (> 50% dose) têm eficácia significativamente maior do que aqueles que são principalmente DHA. Ensaios clínicos randomizados duplo cegos (ECRs) indicaram que o EPA, principalmente em dosagem de 1 ou 2 g/dia, tiveram respostas melhores do que o placebo e DHA, e que a proporção para um efeito sinérgico ativo entre EPA e DHA provavelmente seria de 2:1 ou 3:1 (Liao et al., 2021).
Um estudo de coorte prospectivo realizado no Japão, envolveu 2.335 homens e mulheres com 40 anos ou mais, demonstrou a relação entre a ingestão de ômega-3 e a depressão. O consumo médio de EPA (243 mg/dia) e DHA (469 mg/dia) foi avaliado por meio de um registro alimentar de 3 dias, além da aplicação de um questionário baseado na Escala de Depressão dos participantes. Os resultados indicaram que a ingestão de ácidos graxos poliinsaturados foi eficaz na redução dos sintomas depressivos (Horikawa et al., 2018).
Referências
ZHANG, Li; LIU, Huan; KUANG, Li; MENG, Huaqing; ZHOU, Xinyu. Omega-3 fatty acids for the treatment of depressive disorders in children and adolescents: a meta-analysis of randomized placebo-controlled trials. Child and Adolescent Psychiatry and Mental Health, Londres: BioMed https://doi.org//10/s130-019-029-x.
ANDRADE, A. F. Eduarda et al. L-Triptofano, ômega 3, magnésio e vitaminas do complexo B na diminuição dos sintomas de ansiedade. Id on Line Rev. Mult. Psic. V.12, N. 40. 2018.
LIAO, Yuhua; XIE, Bo; ZHANG, Huimin; HE, Qian; GUO, Lan; SUBRAMANIEAPILLAI, Mehala; FAN, Beifang; LU, Ciyong; MCINTYRE, Roger S. Efficacy of omega-3 PUFAs in depression: A meta-analysis. Psiquiatria Translacional ,https ://doi.org//10/s413-019-0515 -5 .
Horikawa, C., Otsuka, R., Kato, Y., Nishita, Y., Tange, C., Rogi, T., Kawashima, H., Shibata, H., Ando, F., & Shimokata, H. (2018). Longitudinal Association between n-3 Long-Chain Polyunsaturated Fatty Acid Intake and Depressive Symptoms: A Population-Based Cohort Study in Japan. Nutrients, 10(11), 1655.
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