Os benefícios da cúrcuma

A curcumina, ou diferuloilmetano, é o principal composto curuminoide presente na cúrcuma (cúrcuma longa). Essa especiaria possui efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes, o que incentiva bastante o seu uso para tratar sintomas de desordens psiquiátricas e de várias doenças crônicas como artrite, diabetes, doenças inflamatórias intestinais ou câncer (Lopresti., 2022).

Estudos de toxicidade indicam que a curcumina é bastante segura, mesmo em doses elevadas (até 12 gramas). Acredita-se que esse composto pode influenciar a liberação de serotonina e dopamina, além de inibir a monoaminoxidase (MAO) e regular o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA). Devido à sua capacidade de substratos modulares neurobiológicos associados à depressão, como à inflamação, foi sugerida a hipótese de que ela possa ter efeitos benéficos nos sintomas (Fusar-Poli et al., 2019). 

Em uma metanálise conduzida por Ng et al. (2017), que comparou o uso de curcumina com placebos em pessoas deprimidas, os ensaios clínicos com suplementação de 500 mg a 1 g por um período de 4 a 8 semanas mostraram uma melhora nos sintomas depressivos, sem relatos de eventos adversos. A curcumina pode aumentar a disponibilidade de monoaminas para interagir com os receptores, aliviando os sintomas da depressão de maneira semelhante aos antidepressivos.

Outra metanálise, que incluiu 10 estudos com dosagens variando de 150 mg a 1500 mg, constatou que alguns dos ensaios utilizaram compostos adicionais, como piperina ou óleos voláteis, para aumentar a biodisponibilidade da curcumina. No total, participaram 531 pessoas, das quais 285 receberam curcumina e 246 utilizaram placebo. A análise também apresentou efeitos significativos nos sintomas depressivos (Fusar-Poli et al., 2019).